segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cortejo




Quero no dia, que a vida abandonar meus olhos
 miçangas entre os dentes, calafrios e não remorsos
cochichos ao pé da alcova, alguns transeuntes coloridos
 sapateados sinfônicos, olhares curiosos com sorrisos matreiros.

 Quero nesse instante, antes de tudo
 um abraço caridoso, repleto de amor e aconchego
para chegar sem medo, aos corcéis que me escoltam. 

Quero nesse dia, amor que resplandeça
nada de prantos !
 Não quero tristeza nem cinismo
 só a saudade desses encantos. 

Quero lápide serena, onde repousar meu colo
 rebuscar crianças correndo
 fontes jorrando, varais mareados
 bandeiras festivas e céu salpicado de estrelas.

Quero ao cerrar os olhos, certeza que perdi sequer
 uma aurora ou sol poente, respirar como num sopro ufano
 a derradeira pétala de olfato, beijar cada insipidez eloqüente
trancar na alma a loucura dos afagos,
que jazem embrulhados neste ente profano.

Quero partir inteiro, amado e amante
belo ou feio, falho, humano
covarde e delirante, de que importa?
 Apenas escravo confesso,
de amores únicos e verdadeiros.





gianovik

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