sábado, 18 de maio de 2013

A infinita capacidade do amor próprio



 
Eu sempre leio uns textos muito interessantes, alguns óbvios e que de alguma forma estranha já tinha pensado a respeito, escrito algo parecido ou discernido sobre o tema. Acredito piamente que o conhecimento de nossa natureza é algo que flutua sobre nossas cabeças como névoa rasteira, ao alcance de quem estiver disposto a buscar e encontrar esse caminho de luz.

Há alguns anos deixei de tentar buscar a felicidade plena em outras pessoas. As outras pessoas, sejam amigos, seja namorada, esposa ou seja lá que termo esteja em moda designar, tem o objetivo natural de "somar" força vital, amor e conhecimento divino a essa existência. Parece meio místico demais, mas é o que descobri com os anos.

Fomos criados e sabatinados de uma forma um tanto quanto ilusória.

Educados para buscar o amor fora de nossas mentes. No meio ao redor, nas pessoas que nos cercam, na amante ao lado da cama, no jardim que não podemos deixar murchar, nos pequenos animais que criamos e sofremos ao perder, nos objetos e até nas lembranças de entes passados.

Não fomos instruídos para encontrar o amor no momento solitário.

Não sabemos de fato amar a nós mesmos.

Não é culpa do homem essa deficiência. Quem não recebe amor não sabe cultivá-lo em si. Cresce acreditando na cultura do "é dando que se recebe", quando na verdade pra se dar algo é preciso possuí-lo primeiro. Da mesma forma quem não recebe segurança, tranquilidade, afeto, ternura... ( e por aí vai ), não aprende a semear esses dons a seus semelhantes. Lógico que há exceções. Seres iluminados além dos males que o mundo infrinja. Mas esses compõem uma minoria que não tenho méritos pra esmiuçar.

Nesse instante muitos jogariam a culpa sobre nossos Pais. Quantos casais iludidos sobre o manto da busca do amor, projetado na ilusão de encontrá-lo no parceiro, recaem no fracasso desta empreitada. O amor não pode ser extraído de alguém, principalmente quando não se tem o que extrair. Deste erro nascem filhos que são criados em "berços" vazios, vazios na estrutura do afeto compartilhado, onde mais uma vez servem de projeção de um amor que possa ser sugado para a essência de pais mendicantes.

Amor se constrói de dentro pra fora. Amor não se minera. Amor não se esconde na aparência muito menos na conta bancária.

E nessa construção solitária, nesse aprender a amar seu eu, poderemos nos relacionar de forma sadia e construir relações fortes e edificantes.

O amor ilumina !!!! Jamais escraviza ou suga energia ao seu redor.

Mas quem sou eu pra querer explicar tão amplo tema, vou deixá-lo ao encargo do texto do mestre em meditação OSHO :
 
"Amor e a capacidade de estar só"

"Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz. Então, você pode amar. Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não mais é uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que você ama. Você compartilhará - e compartilhar é bonito.

Mas o que comumente acontece no mundo é: você não tem amor, a pessoa que você pensa que ama não tem nenhum amor em seu ser também, e ambas clamam pelo amor do outro. Dois mendigos mendigando entre si. Como resultado, as brigas, o conflito, a contínua rixa entre os amantes - a respeito de coisas triviais, coisas imateriais, coisas estúpidas! Mas continua-se brigando.

... A fundação básica está faltando, e você começa a construir o templo sem a fundação. Ele irá cair, desabar a qualquer momento. E você sabe quantas vezes seu amor ruiu. E, ainda assim, você prossegue fazendo a mesma coisa repetidamente. Você vive em tal grau de inconsciência! Você não vê o que você tem feito à sua vida e à vida das outras pessoas. Você continua, como um robô, repetindo o velho padrão, sabendo perfeitamente bem que você já fez isso antes. E você sabe qual tem sido, sempre, o resultado. E lá no fundo você também está ciente de que vai acontecer o mesmo novamente - porque não há nenhuma diferença. Você está se preparando para a mesma conclusão, o mesmo colapso.

Se há algo que você deve aprender do fracasso do amor, é: torne-se mais consciente, mais meditativo. E por meditação eu quero dizer a capacidade de estar alegre sozinho. Muito raras pessoas são capazes de estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão - simplesmente sentar-se em silêncio e completa felicidade! Os outros acharão essas pessoas loucas, porque a idéia de felicidade é que ela tem que vir de alguém. Você encontra uma linda mulher e você fica feliz, ou você encontra um homem belo e você fica feliz. Sentar-se em silêncio em seu quarto e feliz?! Feliz desse jeito!? Você deve estar louco! As pessoas vão suspeitar que você está usando alguma droga, que você está chapado.

Sim, a meditação é o LSD definitivo. Ela está liberando seus poderes psicodélicos. Está liberando seu próprio esplendor aprisionado. E você se torna tão alegre, surge tal celebração em seu ser, que você não necessita de nenhum relacionamento. Você pode se relacionar com as pessoas.... E esta é a diferença entre relacionar-se e relacionamento: relacionamento é uma coisa: você se apega a ele; relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo. Você encontra uma pessoa, e você ama, porque você tem muito amor disponível."


gianovik

Nenhum comentário:

Postar um comentário