A
alma do poeta chora, devora em prantos o amor
que
não nasceu, castiga a dor do desencanto,
reflete
seus sonhos em imagens nítidas, tão raras,
engana-se
na escuridão da noite,
aninha seu dorso retorcido
em útero sagrado, na beleza falsa
de
um amor não correspondido.
Sentimentos
colapsados,
na
estupidez de seus pecados, catalisa
cada
sentido desperdiçado em sensações de fracasso,
não
quer mais a poesia, como alimento de agrado,
busca
sabedoria nos telhados, olhares, aves nos ares,
fatos
passados, antigos fiascos, nada lhe ampara.
Pobre
poeta, não encontra a alma
almejada,
declina da dor em verdadeiros prodígios,
declina da dor em verdadeiros prodígios,
não
crê na força que não se apaga aos ouvidos,
desdenha
da sentença de amar,
a quem não faz sentido.
Sonha
com a união não germinada
Enlutado,
amargurado, sôfrego de rancores,
ama
sem objeto, ao desejo sedento de colher o fruto,
da
semente desperdiçada.
Não
há brio no poeta que chora.
Clama
alheio ao mundo, aos cheiros,
risos
, avisos de cuidado, não sabe amar em pedaços,
fracionar
o coração, deixar-se partir aos poucos,
disfarçar
a sofreguidão
de
um sonhador em farrapos.
gianovik
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