Hoje vou abrir espaço para uma reflexão de Elisabeth Cavalcante que creio ser bastante edificante para a vida de muitas pessoas, responde em poucas linhas comportamentos e atitudes que muitos não sabem identificar a origem ou seu significado. Boa leitura !
"O
amor é o mais importante combustível para a nossa vida. Ele nos
nutre e fortalece nosso ser, tornando-os fortes para enfrentar
qualquer desafio que a vida nos apresente.
Mas,
quando este alimento não nos é dado na medida exata, principalmente
no inicio de nossas vidas, a autoconfiança e o sentido de valor que
nos atribuímos pode ficar seriamente comprometido.
Desde
muito cedo aprendemos o prazer que o amor e a aprovação de nossos
pais podem nos proporcionar, e percebemos como a falta desse amor é
dolorosa.
O
sentimento de rejeição por parte da mãe ou do pai é,
infelizmente, muito comum neste mundo em que os seres humanos, em sua
grande maioria, ainda não vivenciam o estado de equilíbrio ideal
para formar uma família.
A
falta de maturidade e preparo para a importante tarefa de criar um
filho, está na raiz do sentimento de rejeição. Dificuldades
materiais, insegurança na relação afetiva e problemas emocionais
não resolvidos podem fazer com que um filho, que deveria ser motivo
de alegria e realização interior, acabe sendo recebido como um
fardo pesado demais.
Para
muitas pessoas este sentimento é inconsciente e nem sempre percebido
objetivamente. Mas a criança rejeitada, na maioria das vezes acaba
atribuindo a si a culpa pelo fato de não ser amada, e introjeta um
sentimento de que não tem qualidades suficientes para merecer esse
amor.
Como
as emoções e percepções de nossa infância acompanham-nos ao
longo da vida, continuamos, na idade adulta, carregando os
sentimentos da criança que fomos um dia. A falta de amor por parte
dos pais acaba fazendo com que a pessoa se recuse a amar a si mesma,
por achar que não é merecedora.
Ao
mesmo tempo, segue faminta, carente de atenção, aceitando qualquer
migalha que alguém se disponha a lhe dar. A carência está por trás
de muitas relações afetivas infelizes, já que a ânsia por
estabelecer um relacionamento afetivo, faz com que as pessoas ignorem
os sinais que a vida apresenta, de que aquela relação não será
capaz de preencher seu vazio interior.
Para
sair de tal labirinto são necessários vários passos: em primeiro
lugar libertar-se do sentimento interior de culpa, e perceber que as
causas da rejeição não estão relacionadas com ela, mas sim com
dificuldades e bloqueios daqueles que a rejeitaram.
O
segundo, e mais importante passo, é perdoar. Por mais difícil que
seja, esta etapa do processo é essencial para que a libertação se
concretize. Aprender a ver os próprios pais como seres em evolução,
com fragilidades, bloqueios e limitações é a única forma de
conseguir ter por eles a compaixão necessária para o exercício do
perdão.
O
próximo passo é praticar, diariamente, o amor por si mesmo,
esforçando-se por perceber objetivamente as próprias qualidades e
aceitar-se exatamente como se é.
Quando
conseguimos nos amar e nos nutrir emocionalmente, tornamo-nos livres
para estabelecer relacionamentos afetivos baseados no desejo de
compartilhar, e não mais na necessidade de termos preenchido nosso
vazio interior."
Elisabeth Cavalcante
Nenhum comentário:
Postar um comentário