segunda-feira, 27 de maio de 2013

Rejeição





                   Hoje vou abrir espaço para uma reflexão de Elisabeth Cavalcante que creio ser bastante edificante para a vida de muitas pessoas, responde em poucas linhas comportamentos e atitudes que muitos não sabem identificar a origem ou seu significado. Boa leitura !

 
"O amor é o mais importante combustível para a nossa vida. Ele nos nutre e fortalece nosso ser, tornando-os fortes para enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresente.


Mas, quando este alimento não nos é dado na medida exata, principalmente no inicio de nossas vidas, a autoconfiança e o sentido de valor que nos atribuímos pode ficar seriamente comprometido.


Desde muito cedo aprendemos o prazer que o amor e a aprovação de nossos pais podem nos proporcionar, e percebemos como a falta desse amor é dolorosa.


O sentimento de rejeição por parte da mãe ou do pai é, infelizmente, muito comum neste mundo em que os seres humanos, em sua grande maioria, ainda não vivenciam o estado de equilíbrio ideal para formar uma família.


A falta de maturidade e preparo para a importante tarefa de criar um filho, está na raiz do sentimento de rejeição. Dificuldades materiais, insegurança na relação afetiva e problemas emocionais não resolvidos podem fazer com que um filho, que deveria ser motivo de alegria e realização interior, acabe sendo recebido como um fardo pesado demais.


Para muitas pessoas este sentimento é inconsciente e nem sempre percebido objetivamente. Mas a criança rejeitada, na maioria das vezes acaba atribuindo a si a culpa pelo fato de não ser amada, e introjeta um sentimento de que não tem qualidades suficientes para merecer esse amor.


Como as emoções e percepções de nossa infância acompanham-nos ao longo da vida, continuamos, na idade adulta, carregando os sentimentos da criança que fomos um dia. A falta de amor por parte dos pais acaba fazendo com que a pessoa se recuse a amar a si mesma, por achar que não é merecedora.


Ao mesmo tempo, segue faminta, carente de atenção, aceitando qualquer migalha que alguém se disponha a lhe dar. A carência está por trás de muitas relações afetivas infelizes, já que a ânsia por estabelecer um relacionamento afetivo, faz com que as pessoas ignorem os sinais que a vida apresenta, de que aquela relação não será capaz de preencher seu vazio interior.


Para sair de tal labirinto são necessários vários passos: em primeiro lugar libertar-se do sentimento interior de culpa, e perceber que as causas da rejeição não estão relacionadas com ela, mas sim com dificuldades e bloqueios daqueles que a rejeitaram.


O segundo, e mais importante passo, é perdoar. Por mais difícil que seja, esta etapa do processo é essencial para que a libertação se concretize. Aprender a ver os próprios pais como seres em evolução, com fragilidades, bloqueios e limitações é a única forma de conseguir ter por eles a compaixão necessária para o exercício do perdão.


O próximo passo é praticar, diariamente, o amor por si mesmo, esforçando-se por perceber objetivamente as próprias qualidades e aceitar-se exatamente como se é.


Quando conseguimos nos amar e nos nutrir emocionalmente, tornamo-nos livres para estabelecer relacionamentos afetivos baseados no desejo de compartilhar, e não mais na necessidade de termos preenchido nosso vazio interior."


Elisabeth Cavalcante



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