terça-feira, 14 de maio de 2013

Amizade se conquista








É engraçado falar sobre amizade. Não lembro de ter escrito ao longo dos anos nenhum texto sobre o tema, portanto nunca então é tarde pra começar.

Não tenho muitos amigos, nem jamais fiz questão de tê-los em demasia. Desconfio dos que alegam multidões de seguidores assim como desconfio na unanimidade de opiniões sobre diversos assuntos. Creio que a amizade, com exceção de raros exemplares com vínculos de outro plano, seja um trabalho lento e aprimorado de convivência e conhecimento mútuo. Acho estranho pessoas que dizem possuir quantidades efêmeras de “melhores amigos”.

A amizade, diferente de outras relações de conquista, é construída na total despretensiosidade dos resultados. É aquele tipo de relacionamento que não se cria expectativas muito menos se faz firulas sobre quem você é ou sobre aquilo que tens a oferecer. Diferente das relações de conquista amorosa onde comumente mostramos o que melhor podemos oferecer como moeda de barganha, nas amizades oscilamos entre o que temos de melhor e de pior logo de cara, afinal, aceite-me como sou ou não tenho motivos pra insistir nessa convivência.

Amizade tem que ser assim, despretensiosa, lenta e vagarosamente lapidada sobre o fio mais tênue de água. Não adianta olhar pra alguém e levianamente afirmar laços, esses laços são dados sem que ninguém precise olhar pros cadarços na intenção de amarrá-los.

Engraçado que existirão sempre aqueles que te acompanharam por toda sua vida, e acredite, desses nunca se afaste. Esses são as verdadeiras conquistas que fizemos. Pessoas conheceremos diversas. Alguns se afastarão, outros simplesmente sumirão feito fumaça, alguns só preterirão proximidade com terceiras e levianas intenções, outros só verás de tempos em tempos e parecerá que os tinha visto ontem, e outros farão parte da excentricidade de sua própria jornada. E desses últimos tenha certeza, restarão poucos.

Nessa peneira cronológica se chegarmos ao fim da estrada com multidões de verdadeiros adoradores, paciência, “desdigo” tudo que afirmei afinal, sou falho e me baseio naquilo que vivi. Mas caso terminemos como a maioria dos elementos taciturnos e comuns da mitologia humana, ou seja, com poucos e verdadeiros companheiros de estrada, não nos sintamos diminuídos. Creio que passamos com louvor na difícil arte de conquistar amizades pelo simples fato de sermos somente nós mesmos.


gianovik

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