A perda é sempre inevitável.
Estamos aqui, diferente do que pensamos, pra
perder.
Até o mesmo o tempo desperdiçado, a ineficácia das
atitudes, as lamúrias que não produzem fatos, não impedem o
caminho de aprendizado, cedo ou tarde, todo vivente terá a lição
que precisa, seja numa vida de esforço e perseverança, recebendo as
dádivas de conhecimento em doses homeopáticas, seja numa escalada
de ócio e desperdício sem precedentes, esse já medicado ao final
em doses descomunais de sabedoria.
A vida é um presente, um presente único, onde
não há vitoriosos.
Por que a grande vitória reside numa trama
muito mais intrincada e elaborada, e essa vitória é que sinto ecoar
em tons estranhos no meu íntimo, afirmando categoricamente : "
- Não existe nada lá fora para ti". Por que o que importa, o
que vale mesmo e o que vou levar como herança é aquilo que está
dentro do meu ser. O que seduz é o que está na minha, na nossa
bagagem espiritual. As "coisas" adquiridas não são
vitórias, são meras consequências do prodígio em “emular”
situações explicitamente fugazes. A vitória é uma jornada de
tropeços, mas que sempre te arremessam em linearidade ao encalço
dela. Penso sempre que se tivesse tido uma existência com total
ausência de erros e fracassos, que tipo de ser arrogante e
presunçoso não seria. Seria menos do que humano, mais próximo de
um Hitler do que de um Gandhi.
gianovik
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