Tenho pena de
não saber amar
quando a
resposta estiver ao alcance
e sua silhueta
imprevista se arremeter
nem que por um
instante
no encalço
deste vão que me consome.
Tenho medo de
não saber seu nome
de lhe esquecer
como num sonho
então sinto pena de
mim mesmo
por não ter atinado
que amar não
tem tempo nem rosto
é um talento
indisposto, e sem ofício.
Tenho amor em
escala arredia
porém
mesclado, à essências vorazes
há tanto
tempos cingidas, aos perfumes d'outrora;
entremeios
ardentes, invernos molhados
assim, como
seus lábios
marcados onde
não os vejo
perdidos em frenesis afãs.
Tenho receio
que no fundo
desse profundo
desejo
não sejas mais
que um esboço
um reticente
alvoroço
de um coração,
ancorado a si mesmo.
gianovik
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