"Não notei que passaras, e nem sei o porque,
Vi-te um dia, nas cinzas, como folião
A desfilar teus fetiches pela noite febril.
Engraçado que nem me notaras, nunca
me vistes, e como fantasma, perante sua própria cara,
vazastes meu eu incontáveis vezes.
E quando de fato, por uma nesga do olfato,
tu me pressentiu,
já cego no mundo jazia,
este parco corpo senil.
Passamos ao largo,
projetados em colisão frontal e explicita,
mas só senti verdadeiro impacto,
quando o torpor suavemente extinguiu.
Éramos assim, inteiros, e por motivo
Algum, feito em pedaços,
Antes mesmo de saber, que de fato
Algo entre nós existiu. "
gianovik
Nenhum comentário:
Postar um comentário