"Quem me dera o
laço fino do teu colo, a assinar cada bilhete oculto à soleira da
porta. Quem me dera a partitura de soluços e gemidos, a entoar seus
traços finos de esperança e desdém. O ventre do qual perdi a conta
dos espamos, partiu como se não quisera congelar o tempo, os
suspiros engolfaram as lágrimas e mergulharam no pêndulo da
história para nunca mais voltar. Só me resta um retalho, quase um
fantoche amargurado, dos enigmas multifacetados dos quais permaneço
sedento, ciente e absorto, ao lado do seu transtornado e maravilhoso
ser. O tempo perdeu seu pretérito, sua chama catalisadora, enegreceu
no curtume das noites marginais, banalizou-se o último vestígio
deletério desta entidade. Foi-se em ti, o cinismo que me habitava.
Mas não havia como evitar, como não lhe deixar partir, não se
produz escala ou filtro capaz de capturar o frenesi e o fel desse
doce pesadelo."
gianovik
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